UHE Teles Pires


UH de Teles Pires: Por 'excesso' de moradores, prefeito decreta emergência em cidade de MT

Usina Hidrelétrica Teles Pires começou a ser construída em 2011 (Foto: Assessoria/ Prefeitura de Paranaíta-MT)

O crescimento populacional de 70% em três anos fez com que o prefeito de Paranaíta, a 849 km a oeste de Cuiabá, Antônio Domingo Rufatto (PMDB), decretasse situação de emergência no município. De 10.684, conforme dados do Censo do IBGE de 2010, o número de habitantes subiu para mais de 17 mil até 2012, após o início das obras de construção da Usina Hidrelétrica Teles Pires, no Rio Teles Pires, entre o município mato-grossense e Jacareacanga, no Pará. Esse aumento da população acarretou problemas em algumas áreas, principalmente saúde e habitação.

A portaria decretando situação de emergência no município foi publicada no Diário Oficial do Estado, que circulou na quarta-feira (27 de novembro). A secretária de Administração de Paranaíta, Andréia Reis, citou como exemplo o valor dos aluguéis que dobrou após a 'superpopulação' devido à procura.

Outro problema é em relação à demanda de saúde pública, já que a estrutura continua a mesma de antes, assim como os recursos repassados ao município. "O município continua recebendo os repasses como se tivesse 10 mil habitantes e tem arcado com o custeio de serviços para mais de 17 mil", declarou a secretária.

O salto populacional também causou impactos na área da educação. Segundo a administração municipal, até 2010 não havia fila de espera na escola de educação infantil do município e, em 2011, quando foi dado início às obras da usina, 21 crianças ficaram à espera de vaga. "Em 2012 foram 20 crianças e em 2013 esse número subiu para 145, gerando a necessidade imediata de mais uma unidade de educação infantil", diz a portaria.

Seguindo a 'onda de aumentos', o fornecimento de água tratada em metros cúbicos quase triplicou entre 2009 e 2013. Por conta do aumento de veículos trafegando pelas estradas vicinais do município, a secretaria de Obras alega dificuldade para a manutenção das vias, pois tem se "constatado que a deteriorização das estradas, pontes e bueiros tem ocorrido com maior frequência do que ocorria nos anos anteriores, bem como a extração de areia no Teles Pires é um dos causadores em função do alto trânsito nas vicinais com o tráfego de caminhões caçamba aliado ao transporte de cimento a granel para a construção da Usina, ocorrendo a destruição de mais de 30 pontes e bueiros no período de seca, o que se agrava ainda mais com o período chuvoso que já iniciou".

As obras de construção da Usina Teles Pires já foram suspensas algumas vezes por determinação judicial. A alegação do Ministério Público Federal (MPE), autor da ação que suspendeu o licenciamento ambiental da obra, é de que a população indígena da região não teria sido adequadamente ouvida. Ainda de acordo com o MPF, a empresa também não teria cumprido os requisitos exigidos para a execução da obra e que tivesse copiado os estudos de outras duas hidrelétricas no mesmo rio. Porém, agora as obras estão em andamento.



Fonte: G1


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Os descumprimentos de legislações e acordos internacionais estão na lista dos argumentos das cerca de 20 Ações Civis Públicas movidas atualmente pelo Ministério Público Federal (MPF) de Mato Grosso contra a construção de hidrelétricas nos rios que cortam o Estado. Nos processos, o empreendedor e o governo federal são tratados como réus pela Procuradoria da República. “As hidrelétricas estão entre as maiores ameaças ao meio ambiente e aos povos da floresta. Quilombolas, ribeirinhos, indígenas que são invisíveis aos olhos dos empreendedores e do Estado”, endurece o Procurador da República Felipe Bogado, ressaltando que as usinas menores (PCHs) apresentam problemas semelhantes.
São questões como conflito de competências entre os órgãos ambientais e a interpretação de leis, tanto para licenciar os empreendimentos quanto os tipos de estudos necessários para viabilização determinadas usinas; não realização de consulta às populações tradicionais afetadas (determinada pela convenção da Organização Internacional do Trabalho (OIT) e incorporada à legislação brasileira em 2004); ausência de consulta aos órgãos ambientais dos empreendimentos próximos à Unidades de Conservação, como casos das usinas Teles Pires e São Manoel.
“As pessoas, às vezes, acham que é terrorismo e idealismo do MP, mas você vai analisar e vê as irregularidades”, afirma Bogado, lamentando, no entanto, que após vitórias nas primeiras instâncias, as liminares de suspensão das obras são “derrubadas” politicamente. “O presidente do Tribunal (TRF 1ª Região) cassa a liminar proferida sob a justificativa de a ação atrasar o planejamento energético do Brasil”.
Segundo Bogado, atualmente 153 hidrelétricas estão sendo construídas, planejadas ou em fase de licenciamento na região Amazônica, dentro e fora do território brasileiro. Doze estão nos rios Tapajós, Teles Pires e Jamanxim, como a UHE Teles Pires. O MPF calcula que, juntas as usinas instaladas nesses 3 rios, alagarão cerca de 3,7 mil km2, o que corresponde a “3 vezes a cidade do Rio de Janeiro ou muitas fazendas de florestas nativas debaixo d”água”. Essa é uma das razões que faz com que o procurador questione a afirmação de que a energia produzida pelas hidrelétricas é barata e “limpa”, já que segundo ele, os impactos socioambientais são ignorados, inclusive o fator acumulativo em razão de várias usinas estarem no mesmo leito de um rio.
Além da redução das perdas de energia através da eficiência, o MPF defende que existem outras alternativas de geração menos prejudiciais ao meio ambiente do que a hidrelétrica. Citando relatório da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), Bogado lembra que o potencial brasileiro para energia eólica é de 143 mil megawatt (MW) com o preço comprovadamente hoje competitivo com o da energia hidrelétrica. “A gente fala do custo econômico e esquece do custo socioambiental. E ainda pagamos a energia mais cara do mundo”. Já os ambientalistas provocam: a questão passa mais pelo mercado de royalties do que pela demanda energética. Ainda que seja preciso a energia da Amazônia, existiriam outras opções como a energia eólica ou produzida pelos resíduos de indústrias, como a sucroalcooleira.

Outro lado

Para o diretor do Sindicato de Construção, Transmissão, Geração e Distribuição de Energia e Gás Natural de Mato Grosso (Sindienergia/MT), Carlos Avalone, as questões tratadas pelo MPF têm um cunho ideológico. “A energia é muito importante e quem define a necessidade é a sociedade. Tem que tirar o foco ideológico. É uma análise que a sociedade tem que fazer, não o empreendedor. Os empresários seguem a legislação. Se a população entender que é melhor ter uma usina térmica gerada a carvão, o empresário muda. O investimento é como outro qualquer. Não é por questão política. Na avaliação do representante do setor, o MPF faz o papel dele, mas conceitualmente é ideológico e por isso as decisões são revertidas na Justiça. Segundo Avalone, a Funai também tem uma visão equivocada sobre o assunto. O “tumulto”, segundo ele, é tão grande que faz com que as PCHs demorem muito tempo para ficar prontas e fiquem mais caras, inviabilizando o empreendimento. “Existe uma legislação que diz que pode, dando as regras, você faz e chegam pessoas que querem mudar as regras durante o jogo”.
Além disso, o empresário argumenta que os empreendimentos trazem benefícios, como o desenvolvimento turístico e imobiliário ocorrido, por exemplo, na região de Manso. “Na realidade existem formas de energia muito mais poluentes do que a energia hidráulica, como alguns menos poluentes como a eólica. As hidrelétricas não são consideradas energia limpa por segmento empresarial. Foi uma consideração feita em Quioto. Somos pagos por fazer algo que é bom para a natureza, produzindo energia limpa” [SIC].

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Complexo hidrelétrico Teles Pires: seis usinas e um rio

 

O projeto Teles Pires, na verdade, é um grande complexo hidrelétrico.  Se for concretizado, poderá se transformar, em menos de cinquenta anos, num fóssil jovem em meio a um deserto induzido no coração da Amazônia.



O rio Teles Pires está nos planos governamentais desde os anos 1980 quando foi feito o inventário da bacia hidrográfica.  Do projeto inicial que permaneceu esquecido até 2001, já constavam os seis aproveitamentos hidrelétricos.  Em 2005 um consórcio formado pelas estatais  Eletrobrás, Furnas e Eletronorte resolveu desengavetá-lo e manter os planos para as seis hidrelétricas, das quais cinco seriam no rio Teles Pires e uma na foz do rio Apiacás, um de seus afluentes.

Apesar da proposta de se construir cinco usinas  no rio Teles Pires - São Manoel (747 MW), Teles Pires (1820 MW), Colíder (342 MW), Sinop (461 MW), Magessi (53 MW) -  Foz do Apiacás no rio Apiacás (275 MW), não foram realizados  estudos dos impactos sinérgicos na região. Um Estudo de Impacto Ambiental e Respectivo Relatório de Impacto Ambiental (EIA/RIMA) da hidrelétrica Teles Pires foi aceito, no mês passado (outubro, 2010) pelo Instituto Brasileiro de Meio Ambiente e dos Recursos Renováveis (Ibama).  As audiências públicas foram marcadas e já são objeto de questionamento por parte do Ministério Público. 

A Empresa de Pesquisa Energética (EPE) tem como prática, nos processos de licenciamento de hidrelétricas na Amazônia, muita pressa em obter as licenças ambientais.  Até dezembro a usina Teles Pires deverá ser leiloada, conforme proclamam os arautos do setor elétrico. A Licença Prévia (LP) do Ibama, se for concedida, vai satisfazer mais uma praxe inventada no bojo do Novo Modelo Institucional de Energia (Lei nº 10 847/10848 de 2004) construído por Dilma Rousseff e Furnas a partir de 2003 quando ela assumiu o Ministério de Minas e Energia (MME).

Na análise do EIA da usina de Teles Pires é possível ter uma ideia do tamanho do problema que afetará duramente a região situada no trecho onde começa uma seqüência de cachoeiras chamadas Sete Quedas,  no baixo curso do rio Teles Pires. Geograficamente essa usina seria construída exatamente na divisa entre dois grandes municípios em dois estados: Jacareacanga, no Pará e Paranaíta, no Mato Grosso.

O reservatório está planejado para alagar 70 quilômetros ao longo do rio Teles Pires. A primeira metade, a montante (rio acima) da barragem, ocuparia um trecho mais estreito do rio engolindo suas  vertentes, transpondo  um declive acentuado e lindamente encachoeirado. Na outra metade, o leito é espraiado,  pontilhado de  muitas ilhas e bancos de areia. Se o projeto fosse viabilizado toda essa riqueza natural ficaria submersa.

A usina de Teles Pires, no entanto, não chegaria aos 50 anos de vida útil, se for levado em conta  o agravamento das características hidrológicas da região. As mudanças climáticas, os períodos cada vez mais intensos de regimes de cheias e vazantes, o aumento do aporte de sedimentos devido à ocupação a montante (rio acima em direção às nascentes), poderiam reduzir ainda mais o tempo de geração comercial da usina.  Esse projeto anacrônico, se concretizado, poderá se transformar, em menos de cinquenta anos, num fóssil jovem em meio a um deserto induzido no coração da Amazônia.

No projeto de barramento do rio Teles Pires está prevista a construção de três eclusas que, segundo os estudos ambientais, viabilizaria uma hidrovia no trecho que vai do município de Sinop até a foz do Teles Pires no rio Tapajós.  Então, os “obstáculos” naturais  formados no  trecho encachoeirado das Sete Quedas, imediatamente a jusante da barragem da usina de Teles Pires, teriam que ser removidos, coisa que não está explicada no EIA. 

A única forma possível de viabilizar a navegação no trecho encaichoeirado das Sete Quedas seria, é óbvio, criar outra usina com um reservatório para deixar submersos e transpor os “obstáculos”,  que alcançaria a barragem de Teles Pires e justificaria  a construção das três eclusas planejadas. Esse projeto  está, sutilmente,  sendo licenciado pelo Ibama, mas sem nenhum alarde:  é a hidrelétrica São Manoel, cuja barragem ficaria cerca de 40 quilômetros a jusante (rio abaixo) da barragem da UHE Teles Pires.  

O plano de concretizar o corredor de transportes representado pelo projeto da  Hidrovia Tapajós-Teles Pires teria o objetivo de escoar os  grãos produzidos na região norte do estado de Mato Grosso. Antes, porém, seria preciso tornar navegável o trecho encachoeirado  do rio Teles Pires até a foz do rio Apiacás, destruindo as ilhas e as Sete Quedas.

Mas esses planos não param por aí. Na mesma região onde está planejada a hidrelétrica São Manoel no limite da foz do rio Apiacás no Teles Pires, outra usina, a de Foz do Apiacás, também está sendo licenciada. O mais surpreendente  é que foi elaborado um único estudo do componente indígena para as duas usinas – São Manoel e Foz do Apiacás -  com a justificativa de  que elas estariam praticamente juntas! Essa informação está explícita nos estudos do processo de licenciamento da hidrelétrica  São Manoel, que tramita simultaneamente aos outros. Para os desenvolvedores dos estudos permanece a certeza de que usinas em sequência – duas no rio Teles Pires e outra na foz do rio dos Apiacás  - na mesma bacia hidrográfica não merecem estudos separados  do componente indígena.  A Fundação Nacional do Índio (FUNAI) se manifestou quanto a essa arbitrariedade?   

As hidrelétricas  São Manoel e Foz do Apiacás  estão imediatamente a jusante,  exatamente no limite da  divisa da Terra Indígena (TI) Kayabi, que  foi considerada nos estudos como  Área de Influência Indireta (AII). As empresas que elaboraram o EIA – Leme Engenharia da Tractebel/GDF Suez e Concremat – de Teles Pires tomaram a iniciativa de considerar que os  impactos decorrentes da construção dessas usinas, além de não afetarem diretamente a TI Kayabi, também não atingiriam duas Unidades de Conservação - a Reserva Estadual de pesca Esportiva, no Pará e o Parque Estadual do Cristalino, em Mato Grosso.

Além da TI Kayabi, a TI Munduruku, mais a jusante, também seria afetada pelas usinas Teles Pires, São Manoel e  Foz do Apiacás, assim como   16 importantes sítios arqueológicos.  Os  municípios de Jacareacanga (PA), Paranaíta (MT) e Alta Floresta (MT) foram considerados  como  Área de Influência Indireta (AII).  

Outro dado importante se refere à logística pensada  para transporte de veículos, materiais, trabalhadores  e equipamentos  para esse lugar remoto da Amazônia, entre os estados do Pará e Mato Grosso. Teriam que ser percorridos cerca de mil e cem quilômetros desde  Cuiabá, dos quais mais 600 através da BR 163,  e o resto por vias sem qualquer possibilidade de acesso razoável.

Uma das informações dos estudos ambientais que causa um  verdadeiro horror é que 40 mil pessoas migrariam para a região no pico das obras,  apenas da usina Teles Pires. Esse contingente representaria outra hecatombe, pois o município de Alta Floresta (MT) tem 37 mil habitantes e o baixo curso do Teles Pires tem 180 mil habitantes.

 No município de  Jacareacanga (PA),  59% são terras indígenas.  A área rural que seria afetada pela usina de Teles Pires tem 66 mil quilômetros quadrados, 20 mil habitantes, é de difícil acesso, com vegetação nativa e é ocupada  por terras indígenas.  O sistema de transmissão da energia desse complexo hidrelétrico está previsto para ter cerca de mil quilômetros e  um corredor de 20 quilômetros de largura.

As empresas que elaboraram os estudos ambientais  das hidrelétricas Teles Pires e São Manoel, consideraram também que a proximidade entre elas (distância entre eixos de aproximadamente 40 km) permitiria o mesmo diagnóstico para o meio socioeconômico, com  os mesmos elementos. A EPE já está distribuindo na região o RIMA de Teles Pires e o Estudo do Componente Indígena das hidrelétricas São Manoel e Foz do Apiacás para marcar as audiências públicas. Isso quer dizer que a EPE e o Ibama podem estar  trabalhando com a estratégia  de  realizar audiências públicas para os três aproveitamentos;  mas o EIA/RIMA aceito pelo Ibama, até agora, diz respeito  apenas à hidrelétrica Teles Pires e não às outras duas.
A Área de Abrangência Regional (AAR) objeto dos estudos da usina Teles Pires compreende  33 municípios no estado de Mato Grosso com um conjunto de estabelecimentos rurais e área de assentamento e dois dos maiores municípios do estado do Pará.  
Para o Governo Federal, a construção de todo esse aparato hidrelétrico é necessária para atender o aumento do consumo de energia na região Norte devido à instalação de novas indústrias eletrointensivas ligadas à mineração. Esse consumo, segundo dados do EIA do projeto Teles Pires, teria crescido de 6,3% para 8,6%.

Está previsto para  os próximos 25 anos, segundo o Plano Nacional de Energia (PNE) 2030, o incremento de mais 88 mil MW de geração com hidrelétricas e de apenas quatro mil MW em geração eólica. Essa previsão tem como base apenas dados de crescimento de consumo e do déficit previsto para o Sudeste/Nordeste/ Centro-Oeste, Mato Grosso e Sul do Pará. Aí cabe perguntar sobre quais os critérios que subsidiaram  o planejamento da Oferta Interna de Energia. 

Já passou da hora de começar a discutir claramente o destino de toda essa energia planejada para os próximos 25 anos; de reivindicar  incentivos para o desenvolvimento em escala econômica viável, de fontes realmente renováveis  e limpas, como a eólica e a solar; de exigir programas de eficiência energética como rotina e acabar com as perdas nos sistemas de transmissão e distribuição.

O EIA/RIMA da hidrelétrica Teles Pires foi aceito pelo Ibama e audiências públicas são apenas mais uma praxe para legitimar todo o processo de licenciamento ambiental de empreendimentos na Amazônia. Na verdade, se pretende mesmo é “enfiar goela abaixo” da sociedade três novas hidrelétricas na Amazônia.

As comunidades da região, os povos indígenas, mesmo sem serem ouvidos, já estão sendo afetados apenas com o anúncio da possibilidade da construção dos projetos. A migração já está começando. Ao longo do reservatório de 70 quilômetros  da hidrelétrica  Teles Pires, estão situados grandes latifúndios voltados para a pecuária e plantação de grãos em plena Amazônia Legal. Há alguma relação entre esses grandes proprietários de terras e o projeto? E a questão das reservas de ouro? Atualmente estão em curso  37 processos minerários de ouro na Área Diretamente Afetada (ADA) pela Usina Teles Pires e três processos minerários para zinco, requeridos pela Votorantim, todos de 2009 – seria coincidência?

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Aldeia Teles Pires: relatório de comissão aponta excessos


ano 2012


Comissão de indígenas e vereadores de Jacareacanga publica relatório sobre o resultado da Operação Eldorado, ação que resultou em confronto entre indígenas e polícia federal.
Segundo o relatório fechado pela Comissão Especial de Justiça, montada na Câmara de Vereadores de Jacareacanga, houve excesso por parte do grupo de aproximadamente trinta e cinco policiais federais que participaram da ação da Operação Eldorado na aldeia Teles Pires, na divisa do Pará com o Mato Grosso.
Depois de acalmados os ânimos e instaurado inquérito para apurar responsabilidades e as circunstâncias do conflito, existem pontos divergentes entre os relatórios apresentados pelos indígenas e polícia federal, que argumentou ter tentado, por mais de cinco vezes, abordar pacificamente a aldeia.
A resistência dos indígenas aconteceu no momento em que foi explodida uma balsa ancorada em frente à aldeia. Depois do confronto que resultou na morte de Adenilson Crixi Munduruku, 32vanos de idade e pais de dois filhos, ainda foram detidos: Valdir Warô, Agnaldo Kabá, Joílson Sousa, Valdison Ferreira, Eliano Waro, Adonias Kirixi, Aldivino Yoto, Jonílson Waro, Marcelo Kamassuri, Adriel Kirixi, Danilo Kirixi, Severino Kirixi, Edson Kabá e Zezito Warô.

Ficaram feridos no confronto os indígenas Eurico Kirixi, Edivaldo Barô e Severino Kirixi, este último em estado grave. Na sexta-feira passada, depois de instaurado inquérito pela polícia federal, a Operação Eldorado foi suspensa por tempo indeterminado.
Veja o vídeo que mostra exatamente o momento da chegada da polícia federal:


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